CONSTRUIR CONSCIÊNCIA MARÍTIMA é um Imperativo Nacional

CONSTRUIR CONSCIÊNCIA MARÍTIMA é um Imperativo Nacional. Importância da Estratégia e da Cultura Estratégica.



Seria de elementar exigência que todo o cidadão português tivesse do seu País os conhecimentos mínimos
que o levassem a valorizar o Mar com algum rigor - histórico, atual e prospetivo
(Nuno Vieira Matias)



É essencial a qualquer Povo ou Nação Marítima, sobretudo no momento histórico atual, a existência de Consciência Marítima nos seus cidadãos, nos líderes das várias atividades e no seu governo.

Para Portugal, tal afirmação é aplicável por maioria de razão.
Pelo seu Povo com grande tradição e memória coletiva marítima; pela sua posição geopolítica (ou mais propriamente marepolítica, como defende o prof. Marques Guedes, para designar o atual momento estratégico mundial) que constitui uma verdadeira Centralidade Atlântica, logo, Global ou Planetária; pelo desenvolvimento científico e tecnológico, assente na sua maior parte, atualmente e no futuro, sobre o oceano e os seus recursos; pela sua histórica sabedoria nas relações com os diferentes povos; e por ter sido o ator fundador da primeira globalização – a que, nos séculos XV e XVI permitiu ao mundo e aos seus povos conhecerem-se e relacionarem-se.
Então, soube tornar-se um mestre do Pensamento Estratégico Global (necessariamente Marítimo), olhando para o mundo como um sistema de interconectivade de povos e interesses potencialmente em rede, desde que houvesse quem pensasse e aplicasse tal pensamento para criar e sustentar essa rede.
Na atualidade, importa também enfrentar com respostas conhecedoras, inteligentes e eficazes a necessidade de inverter uma realidade crua e dura, de definhamento da qualidade de vida e do bem estar dos seus cidadãos, por um lado e, por outro, de diminuição da força internacional que o País e os seus cidadãos e instituições têm para defender os seus interesses no palco internacional.


Interconectividade (rede) - palavra chave século XXI

Hoje - dizem alguns dos mais lúcidos pensadores nestas matérias - a palavra-chave da globalização e do relacionamento internacional no século XXI é, exatamente, a interconectividade, da Humanidade em rede,  também ligada à concertação e cooperação alargada.
Quem for capaz de criar e gerir interconexões a todos os níveis será mais competitivo e defenderá os seus interesses, pessoais, sociais, culturais, económicos, de defesa e segurança, políticos e estratégicos. Como alerta o Prof. Costa Silva: A globalização está a fazer-se através do espaço digital e do mar.  As nações que vão ter sucesso no século XXI são aquelas que compreendem as novas tendências da globalização e que sabem inserir-se nas redes de conhecimento, tecnologia, comércio, energia, finanças e talento que comandam o desenvolvimento económico e geram prosperidade. Mais conectividade significa hoje mais crescimento, mais fluxos, mais redes, mais riqueza. Diga-se, de passagem, que o próprio espaço digital pode ser visto como um ciberoceano para alguns aspetos e princípios da Cultura Marítima.


A Consciência Marítima e a Consciência Marítima Estratégica

Num Mundo e num século virado para o Oceano em todas as suas expressões, é verdadeiro imperativo nacional a Construção de Consciência Marítima nos seus cidadãos e de Consciência Marítima Estratégica nos seus líderes das várias atividades e no seu governo.

A Consciência Marítima não se herda, genética ou socialmente (embora se apoie na Memória Estratégica coletiva), não se adquire por osmose, por meditação marinha ou por qualquer outro fenómeno de “química”, “física” ou “mística” cultural - embora cada um dos aspetos citados ajude à Cultura Marítima, como provam as comunidades marítimas locais, os desportos marítimos, a náutica de recreio e todo um movimento em crescendo de vivência do mar e, até, o movimento generalizado para a proximidade ao mar, nem que seja só de férias ou para disfrutar da proximidade marinha na sua habitação.

Quem tem Consciência Marítima pratica e promove os valores ambientais gerais e, dum modo especial os relativos ao meio marinho; exige o conhecimento e o levantamento dos recursos oceânicos, sem o qual não pode haver decisões lúcidas ou competentes sobre o próprio Oceano e os seus recursos (incluindo as que forem necessárias para a sua defesa ou conservação); promove a investigação científica no Oceano, quer na coluna de água quer nos fundos marinhos; promove a Segurança do espaço marítimo, desde o costeiro ao oceano profundo das áreas da extensão da Plataforma Continental sob soberania nacional; apoia o Desenvolvimento sustentado que permita verdadeira criação e distribuição de riqueza pelo Povo Português e, na medida da aplicação dos mesmos princípios a outros mares, pelos Povos da Humanidade em cooperação e concertação internacional; afirma uma cultura marítima portuguesa, distinta das demais e, por isso, fator de afirmação e competitividade internacionais.
Faz tudo isto e mais, sempre com uma visão holística e global, que informa, esclarece, defende e executa a partir de Portugal, da sua Visão Estratégica e da Cultura Marítima dos Portugueses.

Consciência Marítima, Literacia Oceânica e Cultura Marítima

A Literacia Oceânica - que, às vezes e duma forma simultaneamente cândida e errónea, é considerada só por si suficiente e satisfatória para quem a adquire poder decidir sobre assuntos do mar -  sendo indispensável como preparação prévia para poder adquirir conhecimentos mais complexos e necessárrios para a compreensão dos assuntos do mar é, como outras literacias relativamente às respetivas áreas do saber,  insuficiente só por si para compreender ou adquirir o conhecimento holístico e global do Oceano e dos Assuntos do Mar. Não chega, pois, para construir Consciência Marítima, embora integre esta como seu primeiro passo ou pressuposto.

A Cultura Marítima, que os portugueses conhecem historicamente e do dia-a-dia em tantos exemplos, com tantas expressões pessoais, locais e nacionais, também não se confunde com a Consciência Marítima, embora aquela enriqueça e marque esta.

A Estratégia como Competência indispensável à Consciência Marítima e não só

A Consciência Marítima só se atinge com conhecimento e razão enquadrados pela Estratégia
contendo necessariamente elementos de Memória Coletiva - muitas vezes com aspetos afetivos e sentidos coletivamente - além do Pensamento Estratégico propriamente dito, elementos esses sempre presentes, sobretudo num povo marítimo ou com visão marítima do mundo.

É, pois, necessário trabalho, muito e lúcido, persistente e demorado, o qual, para se tornar útil, tem de estar assente numa Visão Holística e Global do Oceano e dos Assuntos do Mar (holística, porque engloba todas as áreas do conhecimento humano; global, porque relativa a todo o planeta). Tal trabalho deve ainda ser informado e acompanhado por Cultura Estratégica, para ganhar valor acrescentado e acerto.

Mais: Ainda antes da construção de Consciência Marítima (indispensável a uma Nação e País marítimos, como é Portugal), o estudo da Estratégia e da Cultura Estratégica constituem-se como fatores críticos no momento presente da Humanidade. Quer em noções gerais fáceis de adquirir pela população com estudos ao nível do Ensino Secundário ou superior quer, sobretudo, em estudos pelo menos semelhantes ou desejavelmente mais aprofundados para os líderes de qualquer área, designadamente, sociais, politicos, académicos  e económicos.
É que hoje, nesta Humanidade interdependente de vários saberes, de várias interconectividades, mais em rede do que em qualquer outra época, a necessitar constantemente de uma aplicação conjunta  de saberes parcelares e diferentes utilizados, não há instrumento mais eficaz para a compreensão do espaço, tempo e demais circunstâncias da realidade envolvente e para a consequente decisão de ação lúcida e eficaz, que a Estratégia.
Temos, pois, que a Visão Holística e Global só se completa, na sua competência e funcionalidade, se for adquirida e, depois, aplicada com os ensinamentos da Estratégia, designadamente, com o uso do seu Pensamento Prospetivo no processo decisório que culmina na definição da ação.

A Estratégia como Competência das Competências

Importa ainda chamar especificamente a atenção para outro plano em que a Estratégia surge com especial utilidade, mesmo necessidade.
Hoje não se encontra problema ou decisão relevantes que possam ser resolvidos ou definidas com recurso a um único saber. Com apelo a uma única competência. Com o descanso de um único contributo.
Ora, esses saberes e  competências são de natureza, índole e caraterísticas diferentes - esmagadoramente novas ou renovadas - e apresentam-se até como aparentemente incompatíveis ou dificilmente compatíveis entre si, senão mesmo contraditórios, nos resultados a que levariam.
Esta constatação inelutável exige a gestão em conjunto desses saberes e competências, como forma adequada -  provavelmente a única racional e eficaz - para atingir o fim prosseguido.
Agora, a Visão, na sua componente holística, passa a incluir também o saber da gestão dos vários outros saberes ou das várias outras competências, mantendo a sua componete global.
Neste sentido a Estratégia é a Competência que dá máximo valor e sentido comum às outras várias Competências. Que permite usar todas as outras com utlidade e melhor eficácia, quer no processo decisório quer na execução da decisão ali tomada.


A Estratégia (e o Pensamento Prospetivo que aquela arrasta consigo e, portanto, ajuda a descobrir e desenvolver) constitui, pois, uma verdadeira competência autónoma e indispensável no mundo contemporâneo e nas próximas décadas.

O Forum e os Programas Blue School

O Forum Blue School congrega experiências dos seus membros que há mais de 30 anos se dedicam à elaboração de métodos, currículos e práticas pedagógicas, de ensino e formação junto de jovens, além de elaboração e divulgação de Estudos Estratégicos e de Literacia Oceânica e Cultura Marítimas, pelo que se encontra especialmente vocacionado e apetrechado para desempenhar esta Missão de ajudar a Construir Consciência Marítima (incluindo Consciência Marítima Estratégica) e de Introdução à Cultura Estratégica.

Os programas Blue School (ver mais), assentes sobre aquisição de literacia oceânica e sobre a vivência marítima ou com o mar, desenvolvem sobre estes eixos temáticos um terceiro eixo, agora de visão holística e global e de introdução à Cultura Estratégica, competência esta que é e será cada vez mais essencial para os líderes empresariais, culturais, políticos e, dum modo geral, a qualquer cidadão, razão pela qual os jovens estudantes e os jovens profissionais são os principais destinatários, para não só compreenderem o complexo mundo atual como para poderem prosseguir, melhor habilitados, estudos académicos de qualquer área e para tomarem decisões competentes na sua vida, nos seus negócios ou em representação do País.
Dum modo especial relativamente às noções base de Cultura Estratégica, em moldes adaptáveis a alunos do Ensino Secundário ou Ensino Superior sem estudos prévios nesa área, o Forum Blue School desenvolve desde 2018 o programa Introdução à Cultura Estratégica, com êxito e excelentes reações dos alunos e instituições abrangidos (ver Programas Blue School).

Definimos Consciência Marítima como a qualidade de, por um lado, compreender o Valor do Oceano em todas as suas dimensões, duma forma holística (porque engloba todas as áreas de conhecimento) e global (porque relativa a todo o planeta) e, por outro,  saber usar com Cultura Estratégica tal compreensão para reforçar esse mesmo Valor, especialmente nas dimensões ambiental, de defesa e segurança e do desenvolvimento, neste último incluindo todas as suas dimensões, designadamente  científica, económica, cultural e social.
Portugal, os Portugueses, a proteção dos equilíbrios ambientais e a sustentabilidade das ações para o desenvolvimento efetivo estarão no centro e no alvo desta Visão.

O Oceano deve ser visto e tratado como fator de Desenvolvimento e de criação de riqueza e como fator de afirmação de Poder Nacional soberano, sempre no respeito pelo seu essencial papel no equilíbrio ambiental do planeta.
O Oceano é, assim, o centro definidor e promotor da afirmação e desenvolvimento das Nações Marítimas e da Civilização Marítima do séc XXI. Sê-lo-á, cada vez mais, nas próximas décadas.

Em Portugal, localizado no Centro do Oceano Atlântico - por isso, com acesso direto ao Oceano Global - e com tradição de Cultura Estratégica, por maioria de razão, a aposta no Oceano e no reforço do seu Valor, em todas as suas dimensões, permite: robustecer a Identidade Nacional e a Individualidade do País
(que às vezes são confundidas) ; acentuar a sua afirmação internacional; promover o desenvolvimento sustentável; e desenvolver a cooperação internacional, principalmente com os membros da UE, com outras nações marítimas - designadamente as ribeirinhas do Oceano Atlântico - e, dum modo especial, com as que compõem a CPLP.
Todos constituem fatores ou dimensões que trazem Valor Acrescentado ao Oceano, a Portugal e aos Portugueses.
Construir Consciência Marítima é condição para a compreensão do Oceano neste momento histórico e para sabermos decidir e aproveitar as oportunidades - um oceano de oportunidades, como lhe chamou Vieira Matias - que oferece a Portugal e aos Portugueses.

O Forum Blue School tem orgulho em desenvolver a produção de pensamento, a elaboração de recursos, o planeamento e execução de ações educativas ou formativas para pessoas e instituições interessadas. Estamos convictos de que contribuímos, ainda que modestamente, para a Construção de Cultura Marítima e de Cultura Marítima Estratégica em Portugal e junto dos Portugueses e de, com isso, ajudarmos a afirmação e desenvolvimento de Portugal.
Sabemos qual o nosso porto de destinoreforço da afirmação internacional de Portugal e dos Portuguese e inerente desenvolvimento de um e outros - e traçámos o nosso rumo em conformidade - Construir Consciência Marítima.
Trata-se de viagem longa, demorada e  desafiante.
Os Bons Ventos (votos habituais nos marinheiros) virão da nossa competência, da nossa determinação, da aceitação que tivermos e das colaborações recebidas durante a viagem.
A todos que se quiserem juntar - com as suas sugestões, experiência, colaboração ativa ou com a simples presença nas nossas ações - antecipadamente agradecemos a sua honrosa companhia nesta viagem.

CONSTRUIR CONSCIÊNCIA MARÍTIMA é um Imperativo Nacional. Importância da Estratégia e da Cultura Estratégica.



Seria de elementar exigência que todo o cidadão português tivesse do seu País os conhecimentos mínimos
que o levassem a valorizar o Mar com algum rigor - histórico, atual e prospetivo
(Nuno Vieira Matias)



É essencial a qualquer Povo ou Nação Marítima, sobretudo no momento histórico atual, a existência de Consciência Marítima nos seus cidadãos, nos líderes das várias atividades e no seu governo.

Para Portugal tal afirmação é aplicável por maioria de razão.
Pelo seu Povo com grande tradição e memória coletiva marítima; pela sua posição geopolítica (ou mais propriamente marepolítica, como defende o prof. Marques Guedes, para designar o atual momento estratégico mundial) que constitui uma verdadeira Centralidade Atlântica, logo, Global ou Planetária; pelo desenvolvimento científico e tecnológico, assente na sua maior parte, atualmente e no futuro, sobre o oceano e os seus recursos; pela sua histórica sabedoria nas relações com os diferentes povos; e por ter sido o ator fundador da primeira globalização – a que, nos séculos XV e XVI permitiu ao mundo e aos seus povos conhecerem-se e relacionarem-se.
Então, soube tornar-se um mestre de Pensamento Estratégico Global (necessariamente Marítimo), olhando para o mundo como um sistema de interconectivade de povos e interesses potencialment em rede, desde que houvesse quem pensasse e aplicasse tal pensamento para criar e sustentar essa rede.
Na atualidade importa também enfrentar com respostas conhecedoras, inteligentes e eficazes a necessidade de inverter uma realidade crua e dura, de definhamento da qualidade de vida e do bem estar dos seus cidadãos, por um lado e, por outro, de diminuição da força internacional que o País e os seus cidadãos e instituições têm para defender os seus interesses no palco internacional.


Interconetividade (rede) - palavra chave século XXI

Hoje - dizem alguns dos mais lúcidos pensadores nestas matérias - a palavra-chave da globalização e do relacionamento internacional no século XXI é, exatamente, a da interconectividade, da Humanidade em rede,  também ligada à concertação e cooperação alargada.
Quem for capaz de criar e gerir interconexões a todos os níveis será mais competitivo e defenderá os seus interesses, pessoais, sociais, culturais, económicos, de defesa e segurança, políticos e estratégicos. Como alerta o Prof. Costa Silva: A globalização está a fazer-se através do espaço digital e do mar.  As nações que vão ter sucesso no século XXI são aquelas que compreendem as novas tendências da globalização e que sabem inserir-se nas redes de conhecimento, tecnologia, comércio, energia, finanças e talento que comandam o desenvolvimento económico e geram prosperidade. Mais conectividade significa hoje mais crescimento, mais fluxos, mais redes, mais riqueza. Diga-se, de passagem, que o próprio espaço digital pode ser visto como um ciberoceano para alguns aspetos e princípios da Cultura Marítima.


A Consciência Marítima e a Consciência Marítima Estratégica

Num Mundo e num século virado para o Oceano em todas as suas expressões, é verdadeiro imperativo nacional a Construção de Consciência Marítima nos seus cidadãos e de Consciência Marítima Estratégica nos seus líderes das várias atividades e no seu governo.

A Consciência Marítima não se herda, genética ou socialmente (embora se apoie na Memória Estratégica coletiva), não se adquire por osmose, por meditação marinha ou por qualquer outro fenómeno de “química”, “física” ou “mística” cultural - embora cada um dos aspetos citados ajude à cultura marítima, como provam as comunidades marítimas locais, os desportos marítimos, a náutica de recreio e todo um movimento em crescendo de vivência do mar e, até, o movimento generalizado para a proximidade do mar, nem que seja só de férias e para disfrutar da proximidade marinha na sua habitação.

Quem tem Consciência Marítima pratica e promove os valores ambientais gerais e, dum modo especial os relativos ao meio marinho; exige o conhecimento e o levantamento dos recursos oceânicos, sem o qual não pode haver decisões lúcidas ou competentes sobre o próprio Oceano e os seus recursos (incluindo as que forem necessárias para a sua defesa ou conservação); promove a investigação científica no Oceano, quer na coluna de água quer nos fundos marinhos; promove a Segurança do espaço marítimo, desde o costeiro ao oceano profundo das áreas da extensão da Plataforma Continental sob controlo nacional; apoia o Desenvolvimento sustentado que permita verdadeira criação e distribuição de riqueza pelo Povo Português e, na medida da aplicação dos mesmos princípios a outros mares, pelos Povos da Humanidade em cooperação e concertação internacional; afirma uma cultura marítima portuguesa, distinta das demais e, por isso, fator de afirmação e competitividade internacionais.
Faz tudo isto e mais, sempre com uma visão holística e global, que informa, esclarece, defende e executa a partir de Portugal, da sua visão estratégica e da cultura marítima dos Portugueses.

Consciência Marítima, Literacia Oceânica e Cultura Marítima

A Literacia Oceânica - que, às vezes e erroneamente, é considerada só por si suficiente e satisfatória para quem a adquire poder decidir sobre assuntos do mar -  sendo indispensável porta de entrada para o acesso à compreensão dos assuntos do mar, é, como outras literacias,  uma base para aquisição de conhecimentos mais especializados ou mais complexos, mas não chega para construir Consciência Marítima, embora integre esta como seu primeiro passo ou pressuposto.

A Cultura Marítima, que os portugueses conhecem historicamente e do dia-a-dia em tantos exemplos, com tantas expressões pessoais, locais e nacionais, também não se confunde com a Consciência Marítima, embora aquela enriqueça e marque esta.

A Estratégia como Competência indispensável à Consciência Marítima e não só

A Consciência Marítima só se atinge com conhecimento e razão enquadrados pela Estratégia
contendo necessariamente elementos de Memória Coletiva - muitas vezes com aspetos afetivos e sentidos coletivamente - além do Pensamento Estratégico propriamente dito, elementos esses sempre presentes, sobretudo num povo marítimo ou com visão marítima do mundo.

É, pois, necessário trabalho, muito e lúcido, persistente e demorado, o qual, para se tornar útil, tem de estar assente numa Visão Holística e Global do Oceano e dos Assuntos do Mar (holística, porque engloba todas as áreas do conhecimento humano; global, porque relativa a todo o planeta). Tal trabaçho deve ainda ser informado e acompanhado por Cultura Estratégica, para ganhar valia e acerto.

Mais: Ainda antes da construção de Consciência Marítima (indispensável a uma Nação e País marítimos, como é Portugal), o estudo da Estratégia e da Cultura Estratégica constituem-se como fatores críticos no momento presente da Humanidade. Quer em noções gerais fáceis de adquirir pela população com estudos ao nível do Ensino Secundário ou superior quer, sobretudo, em estudos pelo menos semelhantes ou desejavelmente mais aprofundados para os líderes de qualquer área, designadamente, sociais, politicos, académicos  e económicos.
É que hoje, nesta Humanidade interdependente de vários saberes, de várias interconetividades, em rede e a necessitar constantemente de uma aplicação conjunta  de saberes parcelares e diferentes utilizados, não há  instrumento mais eficaz para a compreensão do espaço, tempo e demais circunstâncias da relaidade envolvente e para a  definição de ação lúcida e eficaz, que a Estratégia.
Temos, pois, que a visão holística e global só é competente se for adquirida e, depois, aplicada com os ensinamentos da Estratégia, designadamente, com o uso do seu Pensamento Prospetivo no processo decisório que culmina na definição da ação.

A Estratégia como Competência das Competências

Importa ainda chamar especificamente a atenção para outro plano em que a Estratégia surge com especial utilidade, mesmo necessidade.
Hoje não se encontra problema ou decisão relevantes que possam ser resolvidos ou definidas com recurso a um único saber. Com apelo a uma única competência. Com o descanso de um único contributo.
Ora, esses saberes e  competências são de natureza, índole e caraterísticas diferentes - esmagadoramente novas ou renovadas - e apresentam-se até como aparentemente incompatíveis ou dificilmente compatíveis, senão mesmo contraditórias nos resultados a que levariam.
Esta constatação inelutável exige a gestão em conjunto desses saberes e competências, como forma adequada -  provavelmente a única racional - ao fim em vista.
Agora, a visão holística passa a incluir também a gestão das outras várias competências e mantém-se global.
Neste sentido a Estratégia é a Competência que dá valor e sentido comum às várias Competências. Que permite usar todas as outras com utlidade e mnelhor eficácia, quer no processo decisório quer em execução deste.


A Estratégia (e o Pensamento Prospetivo que aquela arrasta consigo e, portanto, ajuda a descobrir e desenvolver) é, pois, uma verdadeira competência autónoma e indispensável no mundo contemporâneo e nas próximas décadas.

O Forum e os Programas Blue School

O Forum Blue School congrega experiências dos seus membros com mais de 30 anos na elaboração de métodos, currículos e práticas pedagógicas e de ensino e formação junto de jovens, além de elaboração e publicação de estudos estratágicos e de Cultura Marítima, pelo que se encontra especialmente vocacionado e apetrechado para desempenhar esta missão de ajudar a Construir Consciência Marítima e de Iniciação à Cultura Estratégica.

Os programas Blue School (ver mais), assentes sobre aquisição de literacia do oceano e sobre a vivência marítima ou com o mar, desenvolvem sobre estes eixos temáticos um terceiro eixo, agora de visão holística e global e de introdução à Cultura Estratégica, competência esta que é e será cada vez mais essencial para os líderes empresariais, culturais, políticos e, dum modo geral, a qualquer cidadão, razão pela qual os jovens estudantes e os jovens profissionais são os principais destinatários, para não só compreenderem o complexo mundo atual como para poderem prosseguir estudos académicos de qualquer área e para tomarem decisões competentes na sua vida, nos seus negócios ou em representação do País.
Dum modo especial relativamente às noções base de Cultura Estratégica, em moldes adaptáveis a alunos do Ensino Secundário ou Ensino Superior sem estudos prévios nesa área, o Forum Blue School desenvolve desde 2018 o programa Introdução à Cultura Estratégica, com êxito e excelentes reações dos alunos e instituições abrangidos (ver Programas Blue School).

Definimos Consciência Marítima como a qualidade de, por um lado, compreender o Valor do Oceano em todas as suas dimensões, duma forma holística (porque engloba todas as áreas de conhecimento) e global (porque relativa a todo o planeta) e, por outro,  saber usar com Cultura Estratégica tal compreensão para reforçar esse mesmo Valor, especialmente nas dimensões ambiental, de defesa e segurança e do desenvolvimento, incluindo científico, económico, cultural e social. Portugal e os Portugueses estarão no centro e no alvo desta Visão.

O Oceano é o centro definidor e promotor da afirmação e desenvolvimento das Nações Marítimas e da Civilização Marítima do séc XXI. Sê-lo-á, cada vez mais, nas próximas décadas.

Em Portugal, localizado no Centro do Oceano Atlântico e com tradição de Cultura Estratégica, por maioria de razão, a aposta no Oceano e no reforço do seu Valor, em todas as suas dimensões, permite: robustecer a identidade nacional e a individualidade do País; acentuar a sua afirmação internacional; promover o desenvolvimento sustentável; desenvolver a cooperação internacional, principalmente com os membros da UE, com outras nações marítimas - designadamente as ribeirinhas do Oceano Atlântico - e, dum modo especial, com as que compõem a CPLP.


O Forum Blue School tem orgulho em desenvolver a produção de pensamento, a elaboração de recursos, o planeamento e execução de ações educativas ou formativas para pessoas e instituições interessadas. Estamos convictos de que contribuímos, ainda que modestamente, para a Construção de Cultura Marítima e de Cultura Marítima Estratégica em Portugal e junto dos Portugueses e de, com isso, ajudarmos a afirmação e desenvolvimento de Portugal.
Sabemos qual o nosso porto de destinoreforço da afirmação internacional de Portugal e dos Portuguese e inerente desenvolvimento de um e outros - e traçámos o nosso rumo em conformidade - Construir Consciência Marítima.
Trata-se de viagem longa, demorada e  desafiante.
Os Bons Ventos (votos habituais nos marinheiros) virão da nossa competência, da nossa determinação, da aceitação que tivermos e das colaborações recebidas durante a viagem.
A todos que se quiserem juntar - com as suas sugestões, experiência, colaboração ativa ou com a simples presença nas nossas ações - antecipadamente agradecemos a companhia nesta viagem.

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